O motorista de caminhão não parou. Sabia que estava com mais álcool no sangue do que deveria, e parar significaria perder seu caminhão, o emprego e, principalmente, a liberdade. Lançou um olho pelo retrovisor, certo de que o corpo cada vez mais distante estava morto. Fingiu ser uma corça, por mais que tivesse visto os olhos de pavor da mulher segundos antes de atingi-la. Só queria fingir que nada aconteceu e se esquecer de tudo conforme a deixava para trás. Mas ela não se esqueceria.